Aprendizado ao longo da vida: A experiência de um bibliotecário no começo de carreira
Enquanto estamos na graduação geralmente ouvimos que devemos continuar nos atualizando sobre a área. Entendia isso e gostava da ideia, porque sempre gostei de estudar.
Na época imaginava que de fato seria apenas através de pós graduação. Cheguei até mesmo a pesquisar algumas antes de formar, mas ainda estava com algumas dúvidas e o investimento também era além do meu orçamento.
Em 2019 estava pronto para trabalhar, cheio de ideias e correndo atrás de uma oportunidade.
Mas não tinham vagas como de fato “Bibliotecário”.
Saí da faculdade com esse pensamento de que não é o nome do cargo que me faria atuar como bibliotecário ou não. Até porque sempre me enxerguei trabalhando no ciclo da informação em qualquer lugar.
Procurando vagas encontrava algumas que batiam com as habilidades de um bibliotecário, mas às vezes faltava o conhecimento específico de alguma ferramenta ou método.
Que por sinal também via sentido em saber manipular essas ferramentas.
Por um tempo me questionei:
Nossa, acabei de sair da graduação e não conheço diversas ferramentas que poderia aplicar no mercado de trabalho como um todo. Sempre tirei boas notas e nunca tive nenhuma reprovação, aonde que eu errei?
Meu curso sempre me preparou para ser um gestor da informação, mas no final fui orientado apenas para bibliotecas?
Teria sido uma falha do meu curso? Ou teria sido uma falha minha?
Conversei com alguns colegas e o sentimento era o mesmo.
Neste artigo vou trazer alguns pontos sobre:
- Aprendizado contínuo;
- Como aprender melhor;
- Minha percepção sobre o ensino de um curso superior;
- Dicas.
Aprendizado ao longo da vida
Eu procurei continuar estudando, verifiquei quais ferramentas eram necessárias para o caminho que comecei a trilhar e segui.
Na realidade continuo seguindo…
E cada vez mais fui percebendo que todos precisavam continuar aprendendo. Percebi que entender como me tornar uma pessoa que aprende melhor seria mais interessante do que mesmo dominar todas as ferramentas.
Por que sempre haverá uma nova ou uma nova atualização.
Ao realizar uma série de cursos na formação de aprendizagem da Alura, percebi que não apenas comigo ou na minha área isso pode ocorrer.
Vivemos em um mundo VUCA (em português: volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade) ou mesmo agora com o mundo BANI (em português: Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível), precisamos seguir em um “lifelong learning” (aprendizado ao longo da vida).
Termos bem hypados, estas “buzzwords” podem parecer não tão importantes principalmente pelo fato de estarem na moda. Mas este constante aprendizado fará com que você se mantenha atual em um mundo tão incerto como o nosso.
Assim você até mesmo pode verificar para onde deve focar seus estudos em seu momento atual ou mesmo desaprender algo por já se tornar “ultrapassado”.
Como aprender melhor?
Ter tempo hoje em dia é difícil para a maioria das pessoas.
O dia a dia não é fácil para ninguém: trabalho, faculdade, às vezes dois trabalhos, dois trabalhos e faculdade, tarefas domésticas, vida social…
Aprender algo novo ou complementar é um desafio para qualquer pessoa, pois necessita que você dedique tempo a ele.
Mas não necessariamente você precisa de 3 horas todos os dias:
Se você tem 1 hora, beleza!
Se você tem 30 minutos, beleza!
Se você tem 2 horas e quer separar em diversas coisas, tudo bem!
Estudar 15 minutos por dia inglês pode parecer muito pouco a princípio, mas eu fiz este teste me senti progredindo.
Até mesmo por que nosso aprendizado não é linear, às vezes podemos achar que não estamos aprendendo nada e depois de 42 dias (joguei um número aleatório porque é variável de cada pessoa e do que está aprendendo):
Bazinga!
Caramba, aprendi!
Um vídeo muito, muito legal que traz dicas valiosas é esse aqui:
A faculdade estava errada?
Atribuir a meu curso o meu sentimento é algo bem complicado.
Primeiro que a responsabilidade do aprendizado é individual.
Sem dúvidas que a qualidade do ensino é essencial e sem dúvidas alguma que vivemos em uma sociedade desigual e que diversas pessoas são privilegiadas em diversos aspectos.
O ponto não é comparar pessoas, mas sim entender o que de fato era o objetivo do curso e como conseguimos extrair isso para o processo de aprendizagem.
Entra no segundo ponto, o objetivo de uma formação a longo prazo como uma faculdade ou uma pós graduação é muito além do que formar habilidades.
É desenvolver uma base de conhecimentos fundamentais para se refletir em qualquer cenário.
Não importa as transformações que ocorram, se você tiver uma boa base será capaz de refletir acerca de diversas perspectivas.
Sou muito grato a formação que tive, pois foi a partir dela que hoje posso ter uma visão mais sistêmica dentro da área.
Mas os cursos também estão atentos às mudanças e mesmo construindo boas bases já estão oferecendo aulas de UX, utilizando ferramentas como o Figma e em outras disciplinas, SQL.
Dicas
Estudar e aprender melhor é uma jornada individual, por isso evitar comparações, não se pressionar e curtir todo o processo são pontos importantes.
Não desisti de realizar a pós graduação e quem sabe até mesmo outra graduação, mas realizar cursos e se manter antenado para continuar aprendendo se tornou algo do meu cotidiano.
Aliás, no cotidiano também gosto de usar da técnica do pomodoro. Para manter o foco e deixar a procrastinação de lado.
Ouvir podcasts também é uma excelente forma de saber o que está ocorrendo.
Alguns podcasts que são bem legais:
Biblioteconomia e ciência da informação:
Tecnologia e ciência de dados:
E também super indico o grupo IA Biblio do Linkedin, um grupo no qual compartilham notícias, eventos e diálogos sobre Biblioteconomia e Inteligência Artificial.
Sobre o tema, atualmente estou lendo o livro Pensamento e Aprendizado Pragmático:
Tenho gostado bastante dele, com uma leitura fluida e tranquila o autor aborda o tema de pensamento e aprendizado com uma perspectiva mais norteadora do que uma “regra de bolo”, o que me atraiu bastante.
Ainda no mesmo contexto me interessei nesses outros também:
E você, já compartilhou deste sentimento de “desatualização”? Quais foram suas experiências para aprender melhor neste mundo que vivemos?
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Ainda há muito a se explorar…