Como a Biblioteconomia e a Ciência de Dados podem aprimorar a inovação em Makerspaces?
Makerspaces já são espaços nativos de criação e inovação, mas a biblioteconomia aliada a ciência de dados podem desenvolver um uso mais ágil e eficaz da informação, acelerando e aumentando a qualidade de novas criações.
O que são Makerspaces?
Makerspaces são ambientes comunitários, colaborativos, com ferramentas e equipamentos necessários para o desenvolvimento de novas ideias.
Um local onde se valoriza o “fazer”, muitas vezes com o desenvolvimento de protótipos em impressoras 3D, desenvolvimento de novos softwares, projetos de hardware, jogos, artes. Em resumo: é um local de criação interdisciplinar.
Outros termos como Hackerspace, Fab Labs e Techshops, são tipos de espaços makers com distinções específicas para cada um.
O desenvolvimento do “fazer” não estimula apenas a inovação, mas principalmente também a educação colaborativa que por muitas vezes se dá através do contato com novas tecnologias e da interdisciplinaridade que os projetos criam.
Makerspaces na Biblioteconomia
As bibliotecas, como espaços de difusão da informação e produção de conhecimento, já viram nos makerspaces a oportunidade para promoverem a educação através de serviços mais tecnológicos e interativos com o próprio usuário.
São diversos casos que foram implementados nos diversos tipos de bibliotecas: públicas, universitárias e escolares.
Makerspace na biblioteca pública de Edmonton — Canadá
Makerspace da biblioteca da Universidade de Nevada, Reno — EUA
Makerspace na biblioteca escolar da Indian Trace Elementary School, Flórida — EUA
No Brasil o tema ainda é muito discutido no âmbito teórico e científico (link para uma busca simples na “Brapci”), no qual pude também já contribuir com meu TCC, que se tornou capítulo de livro em conjunto dos meus professores.
A falta de mais casos práticos, talvez seja pela ainda recente chegada do movimento maker na biblioteconomia do país e pelas dificuldades socioeconômicas que nos encontramos.
Biblioteconomia em Makerspaces
Makerspaces podem se beneficiar muito com as práticas da biblioteconomia, mesmo eles não estando dentro de bibliotecas.
Para o desenvolvimento de uma nova ideia/produto serão necessárias informações e conhecimentos específicos para a resolução de desafios que poderão surgir durante o projeto.
Quem pode auxiliar fornecendo um melhor caminho para fontes e informações científicas/técnicas, como artigos, teses, dissertações e patentes ?
Sim, a biblioteconomia!
Por outro lado, novas ideias serão materializadas transformando-se em produtos ou até mesmo não se transformando, mas o projeto terá sido estudado, trabalhado, documentado…
Até mesmo os erros são relevantes para que se auxilie no desenvolvimento de futuros projetos.
O que leva à produção de informações valiosas!
Informações de projetos que poderão ser refeitos, poderão servir para futuros projetos, poderão ser interligados gerando mais e mais inovações!
Isso se pensar em uma instituição, já se colhem muitos frutos…
Agora imagine uma rede de makerspaces com repositórios organizados e conectados.
Tenho certeza que o desenvolvimento de um mar de novos projetos surgirão.
Para criação de repositórios digitais, podemos utilizar de uma ferramenta fantástica que é o Tainacan.
“O Tainacan contribui para a preservação, difusão e popularização da produção cultural. Além de catalogar, organizar, armazenar e partilhar documentos, é uma ferramenta flexível que se adapta de acordo com as necessidades do utilizador, permitindo configurações e personalização de colecções, itens, metadados, filtros, entre outros.”
Uma ferramenta que auxiliará e facilitará muito o acesso e gerenciamento de acervos.
E a Ciência de Dados?
Estruturamos o acervo, gerenciamos metadados e informações… OK.
Mas o papel da biblioteconomia está além do suporte, está na conexão e uso da informação, para gerar novos conhecimentos.
E…
Como de fato o conhecimento deve se conectar?
Como de fato as informações farão sentido em um mundo tão líquido com mudanças rápidas e constantes?
Hoje através da tecnologia conseguimos conhecer melhor o acervo, os usuários e relacioná-los a partir de dados.
Através da ciência de dados podemos:
- Automatizar processos de busca e coleta da informação;
- Identificar o perfil de cada usuário ou grupo de pesquisa disponibilizando conteúdos personalizados, para cada projeto trabalhado, prevendo até mesmo quais conteúdos ele necessitará;
- Predizer tendências de inovações…
A biblioteconomia e a ciência de dados juntas serão a chave para a inovação disruptiva na geração de conhecimento.
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Ainda há muito a se explorar…