Como a Biblioteconomia e a Ciência de Dados podem aprimorar a inovação em Makerspaces?

Francisco Foz
4 min readAug 23, 2021

Makerspaces já são espaços nativos de criação e inovação, mas a biblioteconomia aliada a ciência de dados podem desenvolver um uso mais ágil e eficaz da informação, acelerando e aumentando a qualidade de novas criações.

O que são Makerspaces?

Makerspaces são ambientes comunitários, colaborativos, com ferramentas e equipamentos necessários para o desenvolvimento de novas ideias.

Um local onde se valoriza o “fazer”, muitas vezes com o desenvolvimento de protótipos em impressoras 3D, desenvolvimento de novos softwares, projetos de hardware, jogos, artes. Em resumo: é um local de criação interdisciplinar.

Outros termos como Hackerspace, Fab Labs e Techshops, são tipos de espaços makers com distinções específicas para cada um.

O desenvolvimento do “fazer” não estimula apenas a inovação, mas principalmente também a educação colaborativa que por muitas vezes se dá através do contato com novas tecnologias e da interdisciplinaridade que os projetos criam.

Makerspaces na Biblioteconomia

As bibliotecas, como espaços de difusão da informação e produção de conhecimento, já viram nos makerspaces a oportunidade para promoverem a educação através de serviços mais tecnológicos e interativos com o próprio usuário.

São diversos casos que foram implementados nos diversos tipos de bibliotecas: públicas, universitárias e escolares.

Makerspace na biblioteca pública de Edmonton — Canadá

Fonte

Makerspace da biblioteca da Universidade de Nevada, Reno — EUA

Fonte

Makerspace na biblioteca escolar da Indian Trace Elementary School, Flórida — EUA

Fonte

No Brasil o tema ainda é muito discutido no âmbito teórico e científico (link para uma busca simples na “Brapci”), no qual pude também já contribuir com meu TCC, que se tornou capítulo de livro em conjunto dos meus professores.

A falta de mais casos práticos, talvez seja pela ainda recente chegada do movimento maker na biblioteconomia do país e pelas dificuldades socioeconômicas que nos encontramos.

Biblioteconomia em Makerspaces

Makerspaces podem se beneficiar muito com as práticas da biblioteconomia, mesmo eles não estando dentro de bibliotecas.

Para o desenvolvimento de uma nova ideia/produto serão necessárias informações e conhecimentos específicos para a resolução de desafios que poderão surgir durante o projeto.

Quem pode auxiliar fornecendo um melhor caminho para fontes e informações científicas/técnicas, como artigos, teses, dissertações e patentes ?

Sim, a biblioteconomia!

Por outro lado, novas ideias serão materializadas transformando-se em produtos ou até mesmo não se transformando, mas o projeto terá sido estudado, trabalhado, documentado…

Até mesmo os erros são relevantes para que se auxilie no desenvolvimento de futuros projetos.

O que leva à produção de informações valiosas!

Informações de projetos que poderão ser refeitos, poderão servir para futuros projetos, poderão ser interligados gerando mais e mais inovações!

Isso se pensar em uma instituição, já se colhem muitos frutos…

Agora imagine uma rede de makerspaces com repositórios organizados e conectados.

Tenho certeza que o desenvolvimento de um mar de novos projetos surgirão.

Para criação de repositórios digitais, podemos utilizar de uma ferramenta fantástica que é o Tainacan.

“O Tainacan contribui para a preservação, difusão e popularização da produção cultural. Além de catalogar, organizar, armazenar e partilhar documentos, é uma ferramenta flexível que se adapta de acordo com as necessidades do utilizador, permitindo configurações e personalização de colecções, itens, metadados, filtros, entre outros.”

Uma ferramenta que auxiliará e facilitará muito o acesso e gerenciamento de acervos.

E a Ciência de Dados?

Estruturamos o acervo, gerenciamos metadados e informações… OK.

Mas o papel da biblioteconomia está além do suporte, está na conexão e uso da informação, para gerar novos conhecimentos.

E…

Como de fato o conhecimento deve se conectar?

Como de fato as informações farão sentido em um mundo tão líquido com mudanças rápidas e constantes?

Hoje através da tecnologia conseguimos conhecer melhor o acervo, os usuários e relacioná-los a partir de dados.

Através da ciência de dados podemos:

  • Automatizar processos de busca e coleta da informação;
  • Identificar o perfil de cada usuário ou grupo de pesquisa disponibilizando conteúdos personalizados, para cada projeto trabalhado, prevendo até mesmo quais conteúdos ele necessitará;
  • Predizer tendências de inovações…

A biblioteconomia e a ciência de dados juntas serão a chave para a inovação disruptiva na geração de conhecimento.

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Ainda há muito a se explorar…

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Francisco Foz
Francisco Foz

Written by Francisco Foz

Bibliotecário | Analista de dados | Disseminando informações para produzir conhecimento.

Responses (1)

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very good text ;)