Imagem digital de uma estante de uma biblioteca, com luzes amarelas em frente a uma janela de vidro com um fundo de uma cidade.
Imagem gerada com Lexica.art

Será possível usar ChatGPT e outras Inteligências Artificiais generativas em Bibliotecas?

Francisco Foz
7 min readApr 4, 2023

O ChatGPT tem se mostrado como uma poderosa ferramenta e despertado discussões sobre o impacto da automação no mercado de trabalho e na vida das pessoas

Até mesmo em bibliotecas, onde podemos automatizar o serviço de referência e pedir para a ferramenta nos indicar artigos científicos de um tema que você esteja estudando:

Imagem do exemplo do prompt do ChatGPT

Opa… Espera aí!

Esses artigos não existem!

Isso mesmo.
O que você acabou de ver é uma “alucinação” da ferramenta. Onde ela inventou essas informações para responder a pergunta.

Esse texto explica melhor a alucinação:

E também indico esse vídeo da Kizzy Terra do Programação Dinâmica:

Ou seja, o serviço de referência está muito longe de ser substituído facilmente por esta ferramenta. Pelo menos por enquanto.

No entanto, ela continua sendo poderosa para diversos propósitos, e podemos explorá-la de maneiras mais efetivas.

Essas novas ferramentas são excelentes aliadas para melhorar a produtividade e auxiliar no nosso trabalho diário. Com o passar do tempo, elas se tornarão cada vez mais presentes em nosso cotidiano.

Recentemente, fiz um curso de Inteligência artificial Generativa: Midjourney e ChatGPT e tive uma ideia a partir do que aprendi, para a aplicação em Bibliotecas.

Tenho estudado Inteligência Artificial e Machine Learning, mas não necessariamente tem haver com o estudo dessa ferramenta.

Criar e treinar modelos de machine learning específicos para problemas de Ciência de Dados é um ponto.

Entender e estudar formas de se utilizar IA’s generativas para melhorar a produtividade no meu cotidiano é outro.

No texto de hoje trago uma possibilidade de como pessoas bibliotecárias podem utilizar essas ferramentas em bibliotecas.

Bora lá!?

Gif de @angelrelations em Giphy.com

Sumário

Possível uso em Bibliotecas

Considerações finais

Possível uso em Bibliotecas

O trabalho de uma pessoa bibliotecária nem sempre é especializado em um único conjunto de funções.

Às vezes ela é a única pessoa da instituição.

Ela poderá fazer:

  • Atendimento de empréstimos/devoluções/reservas;
  • Organização das estante;
  • Serviço de referência;
  • Catalogação/classificação do acervo;
  • Manutenção do acervo;
  • Inventário do acervo;
  • Estudo de usuário;
  • Avaliação de serviços;
  • Desenvolvimento de treinamentos informacionais;
  • Planejamento de projetos;
  • Aquisição de novos materiais;
  • Marketing e promoção do acervo/eventos/biblioteca…

São muitas tarefas e é necessário organização e planejamento para manter todo o sistema funcionando.

Entretanto ela pode não ser especialista em todas elas, principalmente em habilidades que vão além do escopo básico da Biblioteconomia.

Como por exemplo: criação de conteúdo para marketing do acervo/eventos/biblioteca em redes sociais.

As redes sociais da biblioteca são um meio importante para manter um engajamento e interação com os usuários: apresentar novas aquisições, promover itens pouco utilizados, divulgar eventos e serviços da biblioteca…

Por ser um ponto tão relevante, já há diversos profissionais que se especializaram nessa linha e podem dar orientações muito específicas e melhores do que eu.

Criar uma “arte” para redes sociais pode gerar um trabalho a mais e nem sempre a criatividade ou mesmo habilidades técnicas podem contribuir.

Mas acredito que com ChatGPT e Midjourney (ou outra ferramenta de geração de imagens) poderíamos facilitar esse processo.

Vou pegar um exemplo de “nova aquisição” no acervo:

Imagem do print do catálogo do Sistema de Bibliotecas da Unicamp apresentando as últimas aquisições.
Imagem do catálogo do Sistema de Bibliotecas da Unicamp, apresentando a descrição do livro.

Eu poderia criar uma arte para publicar no Instagram e no Twitter da biblioteca, anunciando a obra.

Entretanto, apenas ter uma “arte” com a imagem da capa do livro ou capa do livro + pequeno trecho escrito, pode não ficar muito legal para todos os públicos.

Posso então gerar uma imagem com o Midjourney, através de um prompt que o próprio ChatGPT criar a partir da sinopse da obra.

Imagem ilustrando o prompt no ChatGPT

Ao passar para o Midjourney ele me fornece 4 imagens:

Imagem exemplificando as saídas das imagems geradas pelo Midjourney.

No qual eu gostei mais dessa:

Imagem digital, divida em 4 partes: a primeira é o planeta terra, a segunda é uma laranja, a terceira são cereiais e frutos em uma estante e a quarta são tomates e uma couve flor.

Além disso, ainda posso pedir para o ChatGPT me auxiliar na redação da postagem:

Ou mesmo já modificar para o Twitter:

Não estou falando para você simplesmente copiar e colar, mas ela pode auxiliar e já trazer um texto para ganhar tempo se estiver sem criatividade para a redação.

O Midjourney, assim como outras ferramentas de geração de imagens (Lexica.art, Dalle, Bing image creator) usam termos específicos para estilizar e transformar a imagem.

Você pode conferir o repositório do Midjourney nesse link:

Como esses exemplos:

Imagem do exemplo de estilização “Magic Realism”
Imagem do exemplo de estilização “Chromiestesia”
Imagem do exemplo de estilização “Perspective”
Imagem do exemplo de estilização “Psychedelica”

No qual, utilizei elas em outro exemplo que testei:

Imaginei que iria fazer um evento sobre um novo clube do livro na biblioteca e precisaria de uma imagem para divulgação.

Escolhi um dos meus livros favoritos:

Der Steppenwolf — “O Lobo da Estepe”, de Hermann Hesse.

Pedi para o ChatGPT extrair 5 palavras-chave direto do endereço da página da wikipédia em inglês:

E acrescentei mais algumas estilizações:

Exemplo de imagem gerada pelo midjourney a partir do livro “ O Lobo da Estepe”.

Foi bem engraçado, porque na quarta imagem, o Midjourney reconheceu o Hermann Hesse e acrescentou um estilo mais Hippie/Psicodélico na imagem.

Quarta imagem digital gerada. Retrato do Herman Hesse, um homem branco com óculos prateados e redondos, cabelos cacheados cobrindo as orelhas, na cor preta, na frente de pinturas coloridas.

Ainda posso estilizar no detalhe cada imagem e ir aperfeiçoando de acordo com a melhor forma que quiser.

Primeira imagem digital gerada. A cabeça de um lobo gigante em meio a um universo, com um homem em pé dentro do seu olho olhando apra sua pupila, que é o planeta Terra. Em volta do lobo há nuvens coloridas.

Eu achei fascinante “gerar” essas imagens para “dar asas” a imaginação a partir dos temas dos livros.

Talvez ainda precisaria passar por algum tratamento ou mesmo melhoria para adaptação no uso.

Mas pensando no cenário onde uma pessoa Bibliotecária estaria sozinha para criar e desenvolver todas as atividades. Eu acredito que seria uma ótima ferramenta.

Considerações finais

Se você gostou e gostaria de entender melhor como funciona tecnicamente o ChatGPT, indico esse texto:

Ou se você quer entender melhor como é a relação do impacto no trabalho, vale muito pena ler esse:

Ou mesmo se você quiser ouvir um podcast: no último dia 31, o Nerdcast lançou um episódio falando sobre ChatGPT e a professora Mila Laranjeira do Peixe Babel estava lá.

Tá muito legal!

Vale a pena ouvir. :D

O curso que fiz foi:

Inteligência artificial Generativa: Midjourney e ChatGPT

Se você me acompanha, talvez já sabe que sempre indico a Alura para todas as pessoas.

Eu gosto bastante da plataforma por três principais motivos:

  • Didática do ensino.
  • Diversidade de conteúdos dentro de um único plano.
  • Qualidade de conteúdo e produção.

Bom, mas agora quero saber de você:

Você acredita que é possível usar ChatGPT, Midjourney e outras Inteligências Artificiais generativas em Bibliotecas?

Quais outras formas você acredita que seja possível?

Deixe nos comentários e vamos conversar mais a respeito

Se você chegou até aqui e curtiu, dê palmas, compartilhe e se inscreva para me acompanhar.

Ainda há muito a se explorar…

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Francisco Foz
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Written by Francisco Foz

Bibliotecário | Analista de dados | Disseminando informações para produzir conhecimento.

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